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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2011

a crise a família e a psiquiatria social

Fui beber café a uma esplanada aqui em Évora, ao meu lado um conhecido relativo. Cumprimentei e perguntei se ele estava bem na esperança de ter como resposta um inócuo vai-se andando. Nada disso. O homem começou por sorrir, um sorriso melancólico, depois, o desfiar do rosário... -Espero que não chova esta noite -Então porquê? Vai à feira? -Não! A minha companheira pôs-me na rua. Vai amanhã trabalhar para o Algarve e não me quer mais lá em casa... -Não percebo... -Pôs-me na rua e eu não tenho dinheiro. Depois de tudo o que eu fiz por ela e pelos filhos, agora que estou sem dinheiro... Rua! -Então mas não tem dinheiro para arrendar um quarto por esta noite? -Não tenho um tostão. Há sete meses que estou desempregado. Seguiu assim a conversa. Não vou fazer leituras, cada um sabe de si; conto isto apenas porque tenho a certeza que situações como esta serão cada vez mais frequentes. Podemos dizer o que quisermos, não podemos é tentar tapar o Sol com uma peneira porque ele queima na

O mar enrola na areia

Foi o culminar da obra de arte! 50%! Com o Espírito Santo Salgado a dizer em voz doce que tem de ser assim . Já o Saraiva num passe de mágica resolveu deixar o habitual cinzentismo e virou-se para a "stand up comedy" , com uma genial prosa acerca dos gastos e poupanças de uma classe média, descoberta vamos lá saber onde. Entretanto o pessoal vai cantando e rindo e concordando com o massacre. A coisa ainda se passa com o vizinho do lado, ainda não chegou o esmifranço na sua plenitude. Até nem cortaram no subsídio de férias... Claro que não! nem poderiam! há que mandar o pessoal de visita à terrinha, afastá-lo dos percursos do dia a dia, dos custos do dia a dia, das discussões do dia a dia porque o dinheiro não chega... Quando regressarem a penates, aos livros para a escola dos putos, às compras do mês, as visitas ao médico, às roupas que encolhem nos corpos dos filhos que crescem, aos comprimidos para a tensão, às discussões intermináveis porque o dinheiro se sumiu, ao medo de

Por falar em cultura