Qualquer Coisa

Primeiro de oito episódios acerca de Timor Leste e da ocupação Indonésia. Para que não esqueçamos. A intolerância e a cupidez não têm fronteiras nem conhecem limites...

Esta cidade poderia ser uma festa. Ainda é "Património Mundial", o edificado ainda está de pé, apesar de tudo. Ainda tem uma Universidade. Ainda tem gente. Ainda tem admiradores, que à distancia a consideram uma cidade modelar. Terá mesmo cidadãos que se batem por ela e se recusam a baixar os braços, que não aceitam o fim anunciado. Mas a realidade, pura e dura, é bem diferente do oásis que alguns pretendem vender. O lixo acumula-se nas ruas, os edifícios do Centro Histórico degradam-se a cada dia que passa, sem que alguém tente sequer pôr cobro a essa ruína crescente. A Universidade e a Autarquia apesar das declarações de amor eterno, vivem de costas voltadas. A Cultura sobrevive do esforço de privados, que fazem das tripas coração para que se não perca definitivamente o pouco apetite que resta (neste apagado desencanto), por alguma coisa que fuja da norma massificadora do enlatado, ou do pacote instantâneo. As escolas vão fechando, consequência de uma visão econo

As ilusões. Olhamos alguém e pensamos: "eis aqui uma excelente pessoa! tem mesmo boa onda... Vai-se a ver e é um assassino em série, uma espécie de monstro psicopata, ou pior ainda um cara-pálida disfarçado por um bronze de spa. Às vezes também acontece deparar-mo-nos com um invólucro hiper-realista, sem nada por dentro, sem conteúdo, um reflexo das tendências da moda, em suma. Julgamos que comunicamos que estabelecemos empatia, mas não; é um erro, consequência da auto regulação do mercado. Um novo sorriso de Gioconda, uma coisa patética, algo que apodamos de enigmático apenas para justificar o nosso erro de análise. O contrário também é verdade: "tem mesmo cara de mau, ar de vadio, vou mas é ignorá-lo... Quanto a esses o problema tem mais fácil desenlace. Mandamo-los para a Roménia, devolvem-se à procedência.

("two cunt faced"- Jake & Vinces Chapman) Os ciganos são uma minoria, como muitas outras. Das minorias se constitui uma maioria. Acontece que a maioria é, hoje por hoje, um conceito difuso. Em permanente mobilidade, a maioria corre toda a sociedade, aqueles que numa a área determinada, a constituem, podem noutra ficar de fora e sentir na pele o ostracismo que regra geral acompanha as minorias. No caso dos ciganos, ou de outras minorias étnicas sem território, o ostracismo evolui para um patamar distinto. Não são apenas marginalizados, integram o papel do "outro" e são responsabilizados pelas falhas de um sistema social, que está longe de ser perfeito. São o bode expiatório dos tempos de crise, o folclore dos tempos de abundância. Não importa  sequer que tentem corresponder ao paradigma, como o caso dos muçulmanos nos EUA, ou dos judeus na sociedade ocidental. São forçados a assumir o papel de "bodes expiatórios", sem escapatória. Não se trata

Afirmam os promotores do desmantelamento do Centro de Artes Tradicionais, que a colecção de design industrial a instalar no espaço usurpado, será uma fonte de atracção turística para a cidade, trazendo milhares de turistas para ver o novel "museu". Não sei se será boa ideia levar avante esta iniciativa. Enquanto não se resolverem as acessibilidades, não se construir a nova variante, com tantos turistas correremos sérios riscos de ser confrontados com imensos engarrafamentos... Tal como  este  que está a afectar milhares de chineses.

Vai ardendo o que houver para arder. Quando menos se espera, eis que surge mais um foco de incêndio. Interrogo-me acerca do que estará por trás... Quem lucra? Os meios privados de combate? Os madeireiros? Algum deleite pirómano? Um putativo investidor que quer desvalorizar o preço a pagar por um terreno qualquer? Hoje ao pé da minha casa, um fogo. Combateu-o um helicóptero, que teve de fazer uma dúzia de viagens até ao Rio Douro para reabastecer. Quanto custou esse pequeno incêndio? Quem se abarbatou? Não foi de certeza o lumpen que o ateou...

A saúde privada.

Évora está doente. A qualidade de vida tem-se esfumado; consequência de uma má gestão, que descartou qualquer estratégia de desenvolvimento para o Concelho. As opções tomadas têm-se revelado desastrosas, ziguezagueantes no mínimo, com o único fito de perpetuar no poder quem actualmente o detém. Não existe obra na nossa cidade, apenas arremedos de qualquer coisa que sirva para municiar a comunicação social. De todos os sectores surgem críticas cada vez mais violentas, cada vez mais pertinentes. Nem no próprio PS, os eleitores estão satisfeitos, apenas resignados e à espera de outro, que inevitavelmente representará mais do mesmo. São inúmeros os projectos mal concretizados ou abortados apenas pela incúria dos "nossos" eleitos. A lista é tão grande que dispensa exemplos. A incompetência reina em todas as áreas de intervenção do poder autárquico. Há que inflectir, que repensar a cidade, que por de lado o apelo imediato dos votos. Seguir o canto das sereias sempre deu m

"Morreu hoje, com 98 anos, Irena Sendler. Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!) Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer. Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças. Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente. Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar

Transporto uma enorme tristeza na alma.. Em Cosconhe-Cinfães, viveu Egas Moniz e ao que dizem Afonso Henriques, durante parte da sua infância. Quando era miúdo o meu pai levou-me a conhecer a casa, ainda com as paredes de pé. Não era nenhum espaço fortificado, apenas uma casa da época, pequena e tosca, mas, ao contemplar as suas ruínas, o meu coração batia mais apressado, num compasso romântico. Com o tempo as ruínas foram-se degradando, um energúmeno, proprietário do terreno, foi tirando pedra para construir um lagar de azeite e ninguém reagiu, nem particulares, nem nenhuma instituição, daquelas que sobrevivem à custa dos nossos impostos. Entretanto a REN instalou mesmo ao lado uma torre de alta tensão, construiram-se umas casas, enfim armou-se o baile. O muro de pedra que se vê à frente do canastro, é o que resta. ao lado isto palavras para quê? São os artistas portugueses

Estou de férias. Optei por pegar na família e vir até ao norte, a Cinfães, a terra da minha Mãe. Hoje foi necessário comprar fruta, já existem dois supermercados na vila, mas ainda existem pequenas lojas, cujos donos conhecem os clientes e escolhem eles próprios o avio, à medida das necessidades de quem os visita. Soube-me bem ver uma cara conhecida, sorridente. Soube-me bem ouvir dizer: "vá lá dar a sua voltinha, que eu escolho-lhe a fruta e quando voltar ela cá estará à sua espera." Quando vou a Cinfães nunca compro nada nos supermercados, vou sempre às lojas. Tenho medo que elas fechem. Quando compro livros, também nunca vou à FNAC, gosto muito da proximidade. É tudo muito mais humano...

Este é o mundo em que vivemos. As palavras estão a mais aqui. Bastam as lágrimas de vergonha por sermos assim... Fotos de "Anche Io Aspetto Questo Giorno"

Teófilo Braga -Chefia do Governo Bernardino Machado -Negócios Estrangeiros Afonso Costa -Justiça e Cultos António José de Almeida -Interior José Relvas -Finanças Correia Barreto -Guerra Amaro de Azevedo Gomes -Marinha António Luis Gomes -Fomento (substituído a 22 de Novembro, por Brito Camacho) De notar que neste governo não havia nenhum representante da Alta Venda da Carbonária, liderada por Machado  Santos, que com as suas milícias conseguiu levar de vencida as forças Monárquicas, quando as unidades revoltosas do exército e da marinha se preparavam já para depor armas, assumindo a derrota depois  de Cândido dos Reis se ter suicidado, convicto do desastre iminente para as forças Republicanas. Começava aqui a tomada do poder por parte de Afonso Costa.

Gosto de ouvir os outros, atento. Gosto de observar os que gostam de se ouvir. Sento-me a um canto, tento passar desapercebido, e por lá fico, espectador do desfraldar de ânimos e desânimos que se sustêm nas suas próprias contradições. Não sou diferente, a maior parte das vezes vejo o desenrolar do mundo como um espelho de mim. Mas quando observo os outros, aprendo-me melhor...

A Alemanha está mais ancha, o seu  PIB  cresceu 2,2% no segundo semestre. Significa isto que os submarinos vendidos a Portugal e à Grécia estão a ser pagos... A Alemanha cresce à custa do estrangulamento imposto às economias do Sul. Cresce na medida das dificuldades impostas às economias mais fracas, à custa do desemprego, das reduções, senão cortes, nos benefícios sociais, da redução no investimento público, que cria emprego e estimula a economia; que faz crescer. Mas, o crescimento para a Alemanha, é o crescimento dos seus interesses, mesmo que à custa dos seus parceiros, é um crescimento tão liberalmente cego, que a Alemanha não vê que secando os seus parceiros, se estilhaça ela mesma. Se condena ao suicídio. Quando no séc. passado se promoveu a União e a ela se aderiu, partiu-se do princípio que a Europa Social, era um dado adquirido, uma conquista irreversível. Foi um erro, a guerra neste nosso séc. é feita nos gabinetes do BCE, nas sedes das grandes corporações, tecida na e

Estou muito aliviado. Oficialmente a pandemia de gripe A extinguiu-se. Voltaremos agora à vulgar gripe sazonal que vulgarmente vitima mais pessoas. Entretanto seria interessante saber quanto foi gasto em vacinas, em desinfectantes, em máscaras, etc. etc. Seria bom que fosse divulgado quem lucrou com isso. Foram as pequenas empresas? Quem está, quem esteve por trás desta miserável mistificação? Vivemos uma crise em que as pessoas definham e os bancos (e afins) engordam. Vivemos uma crise profunda de identidade, com o assassinato do Estado Social, com a entrega de todos os nossos recursos aos agiotas neo-liberais, a esse eufemismo que insistem em denominar de mercado. Saúde, Justiça, Educação, Ambiente, (libertação de CO2 cotada em bolsa) Segurança, tudo com preço, tudo a pagar. Recordo as vendas dos latifundiários, que forneciam todos os géneros com preços inflacionados aos trabalhadores, num crédito fascista, para os fixar, para os acorrentar, para melhor os escravizar. Fiz

Vou confessar! Tenho amigos! Pessoas especiais, pessoas que fazem o meu mundo mais divertido: Não pensam como eu, não agem como eu, não calçam o mesmo número que eu. São os meus amigos. Meus! Não os escolhi. Foram aparecendo... Uns cheios de empáfia, outros em surdina; uns multicolores, outros a preto e branco... Os meus amigos!!! Aquele pessoal... Há muito quem diga que a amizade é um compromisso para a vida. Não é verdade! A amizade é apenas um comprometimento, no fundo a amizade é a celebração da diferença. É isso que dá gozo, ter amigos insuportavelmente diferentes. Grande parte das vezes, quando contemplo um amigo, fico em êxtase; que sorte, que feliz acaso, este gajo é meu amigo.. ou esta gaja... Só com os amigos é possível viver essa luminosidade. Já ganhei a vida! Filhos, COMPANHEIRA, amigos... Por vezes sinto-me só. Fico por fora de todas as relações. O mundo e eu. Eu e o mundo. Passa depressa. Estou no mundo, "Technicolor" ou "Black and Whi

Hoje é o dia mundial da infâmia. Há 65 anos atrás o "Litle Boy" da "Enola Gay" que o pariu, criou um novo patamar na evolução das espécies. O nível Truman. O nível mais rasteiro na história dos primatas.   Choro de raiva de impotência de revolta Choro Choro Choro

Este é o video promocional da CME para divulgar a instalação do museu do design e do artesanato no espaço do centro de artes tradicionais. Dele se conclui que nos estão a dar música.

"Imagine que a escola é um pote." O pedido tem sido repetido pelo educador português António Nóvoa, um dos mais respeitados nomes na área de formação de professores, em palestras ao redor do mundo. Ele mostra no telão a imagem de um recipiente em que dentro se veem itens como Matemática, Língua e História. "Porém as crianças precisam ter noções de meio ambiente, certo?", diz. "E aulas de cidadania e higiene", completa ele, inserindo, por meio de uma animação, mais conteúdo na vasilha. "Alguém precisa preveni-los também contra a aids, a violência sexual..." Quando o pote já está quase cheio, ele mesmo responde: "Tudo isso é importante, mas não deve ser responsabilidade da escola."   Ao visitar o fb chamou-me a atenção uma posta colocada pelo Raul Rasga em que António Nóvoa fala sobre conteúdos que devem ser prioritários na escola. Dá que pensar. ler tudo aqui