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As Ilusões

As ilusões.
Olhamos alguém e pensamos: "eis aqui uma excelente pessoa! tem mesmo boa onda...
Vai-se a ver e é um assassino em série, uma espécie de monstro psicopata, ou pior ainda um cara-pálida disfarçado por um bronze de spa.
Às vezes também acontece deparar-mo-nos com um invólucro hiper-realista, sem nada por dentro, sem conteúdo, um reflexo das tendências da moda, em suma.
Julgamos que comunicamos que estabelecemos empatia, mas não; é um erro, consequência da auto regulação do mercado.
Um novo sorriso de Gioconda, uma coisa patética, algo que apodamos de enigmático apenas para justificar o nosso erro de análise.
O contrário também é verdade: "tem mesmo cara de mau, ar de vadio, vou mas é ignorá-lo...
Quanto a esses o problema tem mais fácil desenlace.
Mandamo-los para a Roménia, devolvem-se à procedência.

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