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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2011

Abril dos meus encantos

Amanhã 25 de Abril Para muitos é uma data de calendário, um dia que foi e que se celebra por ter sido. Um marco a definir o antes e o depois. Antes a bruma medieval do fascismo do Estado Novo que se tornou velho, depois a Democracia, os cravos, o povo unido, o folclore produzido por aqueles que sendo passageiros do antes, tentaram impor de todas as formas o regresso às trevas da oligarquia que nos dominava. Para mim 25 de Abril será sempre o de 1974, quando eu tinha dezassete anos e encarava o mundo como um campo por lavrar, um imenso campo onde todo povo coubesse, uma lavra que por ser de todos não seria nunca de ninguém. Tinha então dezassete anos... Fui para o Carmo e andei pelas ruas e cantei e bailei e festejei antecipadamente o meu direito a errar, porque errar significa optar e optar é poder corrigir o erro. Desses tempos um ensinamento me ficou, uma mensagem de Abril, talvez a mais importante. Não há que ter medo! o medo é o pior inimigo do sonho, o medo tolhe, o medo s

É já este Sábado

Let's Ride the Bomb

Durante milénios as pandemias e as guerras ceifavam milhões de vidas, adequando convenientemente a população às possibilidades de resposta do planeta sem que isso interferisse com a manutenção da ordem dominante, reforçando-a mesmo. O trabalho era escravo ou perto disso, não era necessária especial qualificação, facilmente se arregimentavam massas incontáveis de trabalhadores braçais... Hoje em dia a coisa é um bocado diferente, a base da pirâmide social dissolve-se de outra forma. A mão de obra é substituída por máquinas, maquinetas e afins, poucos são necessários para as fazer operar, e esses poucos têm de ser formados adequadamente às necessidades da classe dominante. são também descartáveis porque dependendo das máquinas, quando estas se tornam obsoletas, eles perdem a sua razão de existir. Como eliminá-los? Reconvertendo a ideia do divino, elaborando um novo sincretismo religioso: o Mercado, reconvertendo a inquisição em agências de notação financeira, abolindo o papel moeda

O País e as Pessoas

O país são as pessoas, eis a verdade que muitos insistem em ignorar.  As pessoas não são números, não se resumem a dados estatísticos mais ou menos arranjados, mais ou menos organizados. As pessoas sentem e sofrem, têm aspirações, sonhos a cumprir, têm filhos, família, ficam doentes, têm necessidades. As pessoas nascem e vivem e morrem! Os números não. Os números são símbolos. A crise actual é um espelho desta verdade. Alguém que num gabinete qualquer insiste em transformar as pessoas em números, para salvar os números que criou a fim de melhor controlar as pessoas. Ou seja: um homem que pelo seu trabalho aufere o salário mínimo, com quatro filhos e mulher desempregada, com renda de casa para pagar, mais luz, mais água, mais electricidade, mais impostos, directos e indirectos, para os senhores dos gabinetes é alguém que vive abaixo do limiar da pobreza, na realidade é uma pessoa desesperada. Um velho que recebe uma pensão de duas centenas de Euros, que vive isolado, sem apoios sociai

A historia da Girafa sem Pescoço

Era uma vez uma girafa, muito simpática, que morava numa enorme savana, lá bem no coração de África. Mas a nossa amiga girafa, não era completamente feliz. Tinha uma pequena mágoa sempre a roer-lhe a alma. À primeira vista ninguém conseguiria dizer que ela não era uma girafa como as outras, com o seu enorme pescoço e as manchas castanhas a cobrirem-lhe o corpo amarelado. Como as outras girafas, tinha o seu jeito desengonçado de andar e o hábito de mastigar as folhas que ia tirando das árvores. Quem a visse diria sem qualquer dúvida que ela era uma vulgar girafa, a viver a vida de todas as girafas, mas não era bem assim. Lá na savana, ao cair da noite, todos os animais se juntavam e conversavam, contavam histórias e cantavam juntos canções que iam inventando no momento, mas, a nossa amiga limitava-se a ouvi-los, porque da sua garganta não saía nem um ai. Por ter um pescoço tão grande, ela não conseguia emitir qualquer som, mesmo o mais insignificante e  era essa a causa da sua melanco

E que tal um emparcelamento das quintarolas da esquerda

O Presidente da República dissolveu o Parlamento. Contrafeito, diga-se em abono da verdade; estaria à espera de outra reacção de José Sócrates. Mandam as boas regras da pseudo alternância liberal que aqueles que antecedem aplainem o caminho aos sucessores e assumam de corda ao pescoço o odioso da situação. Sócrates no entanto, não é propriamente um homem de torcer, prefere quebrar e a sua opção é sempre a fuga para a frente. Quer o poder e a impunidade que o poder confere, os meios que utiliza têm o céu, ou o inferno, como limite. Sair agora do poder representa para si não uma penosa travessia do deserto, mas a vingança garantida dos homens do fraque político. Confirmou a liderança da sua tribo e prepara-se para retomar o poder. Para ele a melhor defesa é o ataque e ei-lo renascido das cinzas a disparar sobre tudo o que mexe, responsabilizando todos os outros pelo desastre, pelo descalabro anunciado. Debater soluções para a crise é pouco aliciante, quer para uns quer para outros,