A escola que a minha filha frequenta, uma eb1, é um triste exemplo da ausência de rumo, do faz de conta reformista, que de repente assaltou o país de excelência, que de excelência só tem os excelentíssimos dinossauros, ou broncossauros...
Situada num antigo convento, com as respectivas barreiras arquitectónicas, alberga cerca de 250 crianças que, além dos professores, são acompanhadas por seis funcionárias não docentes; pessoas esforçadas admito, mas que não possuem o dom da ubiquidade. Além de controlarem as crianças, têm de proceder à limpeza do espaço, dar acompanhamento na hora das refeições, controlar entradas e saídas, etc.
No início do ano transacto, foi dito aos pais que as portas da escola abririam a um quarto para as nove e encerrariam a um quarto para as seis da tarde dada a escassez de funcionárias. Imagine-se a confusão e o transtorno que tal medida causou, grande parte das pessoas tem de entrar ao serviço muito antes das nove, outras tantas saem do trabalho depois das seis. Para dar resposta a Associação de Pais estabeleceu um protocolo com o IEFP e contratou uma funcionária para dar resposta a esse desiderato. Pior a emenda que o soneto; caímos no logro das estatísticas do desemprego e acolhemos uma pessoa manifestamente incapaz, com um comportamento errático, que poucos meses se aguentou no lugar.
Voltados à estaca zero, tiveram os pais de se voluntariar para assegurar entradas, saídas e almoços. Uma festa!
A resposta da Câmara Municipal foi sempre a mesma, palmadinhas nas costas, juras de amor eterno, mas alternativas, concretizações, essas ficaram na gaveta.
Este ano, além dessa abencerragem dos mega-agrupamentos, resolveram os ideólogos de serviço, alterar os horários das AEC (que não são obrigatórias), decisão economicista, para poupar mais uns cobres à custa dos nossos filhos.
Na escola da minha filha, as crianças vão ter inglês às nove da manhã, educação física antes da hora de almoço, português, estudo do meio, matemática... essas podem ficar para o período da tarde.
Quem preferir manter os seus miúdos fora das AEC, não tem a mínima garantia de acompanhamento, dada a escassez de funcionárias. Truncam-se horários, colocam-se aulas nucleares no currículo ao fim do dia, quando a capacidade de assimilação já escasseia e os pais são informados? Podem recusar tal dádiva pedagógica?
A resposta já todos sabemos qual é!
Poupam-se uns cobres, quem tem dinheiro que meta os miúdos no privado, quem não tem que se amanhe!
Agora pergunto, para que servem as Confederações???
Somos todos iguais, sem dúvida, mas há uns...
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