Avançar para o conteúdo principal

Por Tangos de Anil


Por tangos de anil
frementes
nos ritmos quentes dos trópicos 
do lado de lá
suspiram gestas
submersas no fado
do lado de cá
E
a sua alma taprobana
luz e reluz e treluz
em ânsias de marear
É num ápice
que se despoja das vestes do medo
e corta as amarras que prendem à terra
Ei-la lesta
zarpando
num indizivel fogacho de prazer
Ai a aventura
que garboso eufemismo para a liberdade
Foi assim
entre mar e nada
que se deixou seduzir pelas festas do vento
Talvez lhe aprouvesse o ar
Então
criou asas e voou
um voo de concupiscencia
feito lavra
a rasgar a linha do horizonte
De um lado o céu
do outro o mar
Nesse acto de volúpia
despertou de novo os deuses
e trouxe
de volta  à terre
a dor da imortalidade
Depois chorou
com as mãos cheias de nada

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Viva a globalização II

WILSON from Arnaud Bouquet on Vimeo . Vou postar todos os dias um video com lágrimas. Um video do absurdo e da estupidez. Um video da insanidade deste mundo que habitamos. Da esquizofrenia global. Da imensa tristeza de habitar tal espaço...

A historia da Girafa sem Pescoço

Era uma vez uma girafa, muito simpática, que morava numa enorme savana, lá bem no coração de África. Mas a nossa amiga girafa, não era completamente feliz. Tinha uma pequena mágoa sempre a roer-lhe a alma. À primeira vista ninguém conseguiria dizer que ela não era uma girafa como as outras, com o seu enorme pescoço e as manchas castanhas a cobrirem-lhe o corpo amarelado. Como as outras girafas, tinha o seu jeito desengonçado de andar e o hábito de mastigar as folhas que ia tirando das árvores. Quem a visse diria sem qualquer dúvida que ela era uma vulgar girafa, a viver a vida de todas as girafas, mas não era bem assim. Lá na savana, ao cair da noite, todos os animais se juntavam e conversavam, contavam histórias e cantavam juntos canções que iam inventando no momento, mas, a nossa amiga limitava-se a ouvi-los, porque da sua garganta não saía nem um ai. Por ter um pescoço tão grande, ela não conseguia emitir qualquer som, mesmo o mais insignificante e  era essa a causa da sua melanco