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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2010

Ler com Prazer

Mexilholandia

O primeiro-ministro do país que habito, não se chama Sócrates, dá pelo nome de Pinócrates. O meu país não é Portugal, é a Mexilholandia. No meu país, o que hoje é verdade, amanhã é mentira. No meu país não existe povo, porque o povo não é soberano. No meu país existem servos da gleba e chico-espertos, vendilhões, homens sem dignidade, que por isso não valorizam a dignidade dos outros. No meu país quem paga a crise crónica são os reformados, os desempregados, os idosos, as crianças, os trabalhadores. No meu país há homúnculos que vivem de expedientes, criaturas corruptas sem cerviz. Varejeiras que vivem da merda do poder, que entregam alegremente o destino de todos na mão dos especuladores sem rosto. Biltres que não hesitam em sacrificar as gerações vindouras a troco de cifrões, de piercings dourados nos seus umbigos de nababos. No meu país a educação é um luxo, a saúde um negócio, a justiça uma miragem. No meu país existe um enclave chamado S. Bento, mas que para os amigos ado

Uma boa Sugestão

Documento apresentado ao Conselho Pedagógico da Escola Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima, em Aveiro, pelo professor Francisco Teixeira Homem (Professor de Educação Física e Doutorado em Ciências do Desporto)   Ao Conselho Pedagógico Ser-se avaliado em Professor Excelente não é a mesma coisa que ser-se um excelente professor. E não é fácil, um professor ser avaliado em EXCELENTE! É difícil, muito difícil mesmo e, numa escala de valores, ser EXCELENTE é ainda mais do que ser-se MUITO BOM. Eu disse mesmo M-U-I-T-O--B-O-M; não disse  BOM. Ser-se portanto EXCELENTE é o mesmo que ser-se perfeito, distinto, notável, admirável, brilhante, magnífico, óptimo. São sinónimos que o qualificam extraordinariamente, que o qualificam como O MELHOR de entre aqueles que já são MUITO BONS. Tal como o Ministério preconiza, os professores com EXCELENTE têm obrigação de ter as maiores responsabilidades nas escolas porque os considera melhores que os outros; então, também deve caber aos professores

Monarcas & Pinheiros SARL

Amofinou-se Mofina Mendes, alguém lhe reclamou os ovos do cesto e ela assim já não pode ir à feira. Mandou por isso um amigo arengar, com pouca sageza aliás, só por lhe quererem tirar aquilo que não é seu. Para este mensageiro; os ovos antes parti-los do que os por a Chocar: Chocarreira esta Mofina. De tão calada que anda, antes chamá-la Morfina. Já alguém disse a preceito Quem coisas na vida dá, depois a vida nos cobra. É tradição milenar, passada de pais a filhos, que quem renega o que andou, já pouco tem para andar. De monarcas e pinheiros, reza a História muito pouco. Fala apenas de Dinis, rei e poeta e louco. Mas isso para   Mofina é coisa morta, enterrada. Pois é lenda popular, coisa simples, tradição. Tudo o que a alma comporta, é um entrave ao futuro. Fala o grande pensador, quase a cair de maduro. O que é bom é de amanhã, que hoje se está finando. Já ontem, se existiu, ele não se lembra bem quando… Pobre Mofina coitada. Lá lhe tiraram os ovos… E ela ficou desasada.

A Escola E As Serras

Mais um ano lectivo, com o ministério da educação como de costume, a gritar aos sete ventos as suas boas intenções, a bondade das suas reformas, a sua paixão pela modernidade. Novas tecnologias a ocuparem um espaço privilegiado na nova escola. Novos edifícios, a albergar novos alunos. Tudo novo, até novas alterações à lei. As nossas crianças têm de sociabilizar, não podem ficar confinadas a escolas sem condições. As nossas crianças merecem mais do que três ou quatro colegas, ou cinco, ou seis. Têm de, no mínimo, constituir uma equipa de futebol. Vivem numa aldeia isolada? Não há problema. Nós transportamo-las em segurança, com comodidade. Até porque como toda a gente sabe, as aldeias isoladas são para fechar. Bom mesmo são os grandes centros, de preferência junto à praia, com estação de correios e dependência da Caixa Geral de Depósitos, com televisão por cabo, com centro de saúde e rede de transportes urbanos, com gente suficiente que justifique a privatização da água e dos Correi

Ficção sobre um tema verde

       A minha madrinha Roque deu-me uma moeda de vinte e cinco tostões para ir comprar rebuçados à loja do Maurício Matias que ficava no outro lado da rua. Lá fui eu, todo lampeiro, com a pequena moeda de prata na mão fechada. Ao entrar na venda, que à época era também uma casa de vinhos e petiscos, deram em estralejar foguetes lá para os lados do Pupo. "Que é que se passa?" Ouvi alguém perguntar. "O botas caiu de uma cadeira e está a bater a caçuleta", respondeu uma voz vibrante de alegria. "Que raio", pensei eu, "então o Constantino cai da cadeira, fica às portas da morte e as pessoas põem-se a festejar?" Fiquei com pena do Constantino Botas, homem simpático, meu vizinho, até me contava histórias de polícias e ladrões… que gente mais desumana. Entretanto o Maurício convidara todos os presentes para beberem um copo e, a mim, ofereceu-me uma laranjada da rical, claro que me recusei a aceita-la, jamais faria essa desfeita ao meu amigo Constantin

A Lágrima

Close up de um touro, instantes antes de ser montado num rodeo em Diamantina, Brasil. ("The Big Picture" Boston.com)

Perpetuar Tradições

No dia 10 de Setembro de 2010, foi criada uma nova associação: “Perpetuar Tradições – Associação de Defesa do Artesanato do Alentejo”. O motivo da sua criação, tem sido tema de debate desde Março de 2010 e é de todos conhecido. Turismo do Alentejo, Câmara Municipal de Évora e Professor Paulo Parra, decidiram instalar em Évora uma colecção de Design Industrial do Séc. XX, propriedade deste último. Faltava um espaço, uma morada; mais um nome pomposo que lhe justificasse o mérito. Escolheram o edifício do antigo Celeiro comum para a albergar e baptizaram-na de “Museu do Design”. Ter-se-ão esquecido no seu afã, que o referido espaço foi residência, primeiro, do “Museu do Artesanato” e agora é, na sequencia de obras profundas de recuperação e restauro - suportadas pelo erário público - com o apoio de fundos comunitários, domicílio do “Centro de Artes Tradicionais – Antigo Museu do Artesanato”. Nada que os detivesse. Adoptaram uma estratégia de desvalorização do acervo do CAT, ao mesmo temp

Perpetuar Tradições

A Associação Perpetuar Tradições deu ontem uma conferencia de imprensa em Évora, para se dar a conhecer e expor publicamente os motivos da sua criação. O jornal Público, bem como a Radio Diana já fizeram eco dessa mesma reunião com os orgãos de comunicação social. Outros se seguirão. Ler mais aqui  e  aqui

O Lixo e a Cidade (Diana FM)

Em Outubro de 2009, em plena campanha, o actual Presidente da Câmara chamou a si a responsabilidade pela limpeza da cidade. Fê-lo até num tom pouco elegante para os funcionários municipais, dando a entender que se a recolha do lixo deixava muito a desejar, isso se devia à negligência dos serviços. Passado um ano, sob a sua tutela, o lixo amontoa-se nas ruas, as ervas crescem, sucedem-se os grafiti, acumulam-se os cartazes nas paredes. A situação piorou, não se vislumbrando qualquer iniciativa, da parte do responsável pelo pelouro, para obviar ao descaminho que as coisas estão a tomar. Não é aceitável que uma cidade com a dimensão de Évora e com responsabilidades acrescidas, que derivam do facto de ser classificada pela Unesco, como Património da Humanidade, viva em tal abandono, em tão completo desmazelo. Em todas as freguesias se sucedem os exemplos da ineficácia do Sr. Presidente da Câmara para administrar coisas tão simples como a recolha dos resíduos urbanos, a limpeza das ruas, a

Les Gitans

Gostaria de saber a opinião dos candidatos presidenciais sobre a expulsão de cidadãos europeus de etnia cigana do território francês. Dos cerca de 20000 que a Alemanha se prepara para expulsar. Dos raides policiais em Itália, aos acampamentos ciganos. Que eu saiba, até agora só Francisco Lopes se manifestou. Seria suposto eu apoiar Manuel Alegre. Continuo à espera de saber qual a sua posição. Entretanto, uma opinião de um cidadão espanhol  aqui . É que as manifestações racistas crescem por esse mundo fora. Jamais votarei em alguém que não tome partido pelos direitos dos mais fracos. Muito menos apoiarei a sua candidatura.

No Alto de S. Bento

No alto de S. Bento. Fim de tarde. Oiço os ruídos da cidade, misturados nas cantigas dos pássaros. Lá dentro, na escola, as crianças divertem-se no prazer das colagens sobre os origamis que as suas mãos criaram. O Sol declina e no espaço que a minha vista alcança, pessoas que caminham apenas pelo prazer de caminhar. Ao fundo, num recorte imperfeito, a cidade. Depois os campos. Lá longe, muito além, o horizonte. Para lá dele, vagueiam os meus pensamentos

A Não Perder

Fronteiras, Mestiçagens e Cultura do Universal I Ciclo de Conferências Conferência:  Identidades e Culturas na História Atlântica: uma perspectiva internacional no século XVIII Data:  24 de Setembro, das 14,30h às 16,30h Local:  Évora, Colégio Espírito Santo, sala 131 Conferencistas:  Selma Pantoja, UnB Coordenação:  Francisco Contentes Domingues; Maria de Deus Manso; Pilar Damião de Medeiros; Silvério Rocha e Cunha

Perpetuar Tradições

Évora, 17 de Setembro de 2010 Excelentíssimos Senhores, Assunto: Convite para a conferência de imprensa de apresentação da Associação “PERPETUAR TRADIÇÕES-ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO ARTESANATO DO ALENTEJO” Na próxima Terça-feira, 21, pelas 17.00 horas, procederemos à apresentação da associação “PERPETUAR TRADIÇÕES” aos profissionais da Comunicação Social, que terá lugar na Casa de Chá Condestável, na Rua Diogo Cão. A criação desta associação foi suscitada pelas ameaças que, desde finais de Março, foram tornadas públicas pondo em risco o futuro do Centro de Artes Tradicionais, antigo Museu do Artesanato. Os signatários fizeram de então para cá fazer ouvir as suas opiniões através de uma Petição, de artigos nos jornais, e de outras tomadas de posição públicas.   Perante a manutenção daquelas ameaças, entendemos agora que terá que existir uma organização formalizada para as medidas que se imponham em defesa daquele projecto, e da cultura popular do Alentejo. Essa, a razão de ser deste co