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A selecção nacional de futebol empatou em casa com a sua congénere do Chipre.
Mortificação, incredulidade, revolta.
Há que encontrar culpados, responsabilizá-los pelo descalabro, respirar fundo e seguir em frente.
Não houve ligação entre sectores, não houve articulação dentro dos próprios sectores, e, blá, blá, blá...
Nada de novo aqui na Finisterra.
A selecção (não os clubes) é o prolongamento do país que somos. Péssima articulação entre sectores, dirigentes incompetentes, falta de liderança, trabalhadores pouco qualificados com baixa produtividade.
Os dirigentes procuram protagonismo fácil. Sem qualidade para gerir o todo, resguardam-se no trabalho de outros e investem apenas naquilo que lhes dá visibilidade, alheiam-se da estrutura, investem no imediato; rodeiam-se de gente que não os questione e entregam os destinos da federação aos clubes com maior peso e aos empresários com maior cartel (tal como o governo do país). Com o dinheiro que lhes é entregue, compram fatos domingueiros e perfumes de excelência. Sem cuidar da sua higiene, vivem da imagem (tal como o governo do país).
Manietados por interesses contraditórios, deixam-se levar por eles, sem reagir, permitindo que a sua esfera de competências se dilua no fervilhar de interesses particulares (tal como o Estado).
Escolhem técnicos mais interessados na própria carreira, do que profissionais competentes que questionem as suas incongruências (tal como os gestores públicos).
Sujeitos à lei do mercado os trabalhadores mais qualificados, emigram em busca de melhores condições de trabalho e remunerações mais substantivas (tal como nas outras actividades).
Os trabalhadores que ficam, mesmo que com elevado potencial, não conseguem desenvolver as suas aptidões, porque mal enquadrados por chefias incompetentes, ou por desmotivação, ou simplesmente por desinteresse (tal como nas empresas).
A opinião pública, pouco informada devido à falta de transparência, preocupa-se com o acessório e deixa-se entusiasmar por sucessos aleatórios, vitórias pírricas (tal como o eleitorado)
Como consequência o lugar em que nos situamos no "ranking" vai descendo.
Onde está a novidade?
Tudo isto se anunciava há muito.
Estala o verniz...

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