Por vezes, uma janela se abre de mim para o mundo.
É uma janela a preto e branco, uma visão de infante, sem matizes, quase inconveniente na torrente de dúvidas que desperta.
O medo que ela comporta, obriga-me a seguir o olhar, impõe essa contenção quase apocalíptica de me negar a vontade de contemplar e ao ignorar os pormenores imiscuo-me neles.
Na verdade o meu sonho é ficar por fora, não participar. Por isso me desloco ao sabor das dúvidas dos outros, de todos os outros. Não penso a facilidade como um instrumento, não penso sequer que alguma vez poise no meu beiral.
Recordo-me tenuemente das vezes que com ela me cruzei e não são boas essas memórias, são gavetas perdidas no fundo da alma, meandros inacessívelmente dispostos e que me indisponibilizam de mim...
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