Cá estou eu.
A bem dizer, nem estou; vou estando.
Procuro ainda um lugar.
Não sou daqui, nem de algum outro lado que eu conheça.
Na verdade acho que qualquer sítio me apraz, desde que me sinta bem.
Bom… qualquer sítio serviria, não fossem as pessoas que os usam. Apropriam-se deles, decoram-nos como se fossem árvores de Natal e depois, quando chego, decidem que não encaixo.
Enfiam-me num canto e deixam-me lá ficar, esquecido.
Lembram-se de mim uma vez por outra e vão a correr verificar se ainda estou no cantinho que me reservaram.
Vou aguentando enquanto posso, mas posso pouco, farto-me e abalo.
Como os pássaros, sempre de um lugar para outro, de ramo em ramo.
É assim a vida; não se pode ter tudo.
Eu só quero um lugar onde me sinta bem.
Se me deixarem…
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