Muitos foram queimados nas fogueiras do Santo Ofício por terem cometido o “nefando pecado” (sodomia), geralmente eram pessoas de posses, cujos bens eram confiscados e iam engrossar os cabedais da Igreja e da Coroa.
O negócio começou no reinado de D.JoãoIII, quando o Santo Ofício, depois de grandes libelos, passou a depender directamente da Igreja Portuguesa (leia-se da coroa) e não da Cúria Romana como até então.
Não bastava a acusação de judaísmo, tinham de a reforçar para sublinhar a culpa.
Os judeus eram perseguidos, obrigados a professar a fé católica e só depois, enquanto cristãos, podiam ser considerados hereges e assim ficar sob a alçada da Inquisição…
Muitos lucraram com as condenações.
Entretanto a Inquisição mudou de nome e agora designa-se por “Congregação para a Doutrina da Fé”, mas os métodos não andam distantes dos desses conturbados tempos. Os homossexuais continuam a ser perseguidos, outros credos subalternizados. Funciona a dita Congregação como se o mundo não tivesse mudado, como se a Igreja Católica fosse o único repositório dos valores humanos.
Fala-se agora da pedofilia no seio do clero, crime que vai muito além do “nefando pecado”, que levou à fogueira tanta gente de bem.
E o que faz a Santa Madre Igreja?
Encobre os esbirros, ignora as vítimas e quando finalmente se descobre a dimensão do atentado, pede desculpa e justifica o crime da inacção, do silêncio cúmplice, com a necessidade de proteger a sua imagem apostólica.
O Papa foi durante anos o inquisidor-mor, o Papa durante anos encobriu estes crimes, o Papa durante anos colaborou no destroçar de milhares de vidas.
Se não lhes convinha a justiça dos homens, que respeitassem a justiça de Deus, ou será que não acreditam nessa treta de que Ele tudo sabe, tudo vê.
O Sr. Ratzinger prepara-se para vir a Portugal, aplaudam-no por favor, ele merece, é um grande actor.
Que texto bem escrito. E é verdade, a história se repetindo sob uma roupagem diferente. E o tal do nefando pecado hoje em dia também é difundido e as pessoas inconscientemente aceitam e crêem nessa tolice sem ao menos pararem para pensar de onde procede tal coisa. Hoje não temos as mortes físicas e os castigos no corpo, somente a morte emocional, psicológica e o castigo é abandono, rejeição e discriminação, se for ver é pior que morrer.
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