Avançar para o conteúdo principal

Bravo! Nico...

.
“Há crianças nas mesmas escolas dos pais, ainda a escrever nas ardósias dos seus pais e com as suas réguas”, referiu ( Bravo Nico). Na mesma linha, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, sustentou que a medida “contribui para a qualidade pedagógica das escolas” e que apenas abrange “três ou quatro por cento dos alunos do ensino básico”.
São palavras do deputado Bravo Nico no debate parlamentar de actualidade, relativamente ao fecho de escolas do ensino básico que o governo vai levar a cabo com a cumplicidade de algumas autarquias e um olhar para o lado da CONFAP.
Não acredito que o deputado Bravo Nico tenha ido à Boa Fé ou a Guadalupe, ver o que lá se passa, que tenha ido averiguar do estado de conservação das ardósias e das réguas, quiçá dos mapas do império, ou das fotografias estrategicamente colocadas na parede a ladear o crucifixo. Digo isto porque só por desconhecimento da realidade se pode apoiar tal medida. 
Até compreendo o assinar de cruz de alguns, afinal Lisboa é muito longe e as visitas ao interior não são rentáveis em votos nem em mediatismo. Mas Bravo Nico tem obrigação de conhecer esta realidade e tem o dever de lutar pelos direitos daqueles que são a justificação última da sua presença no parlamento.
São escolas que funcionam bem em locais que precisam delas, como precisam de todos os meios para fixar população. Além disso num Concelho em que se ignora por completo o investimento na qualidade do ensino prestado, retirando meios, ano após ano às escolas do primeiro ciclo, como se constata pelo número insuficiente de funcionários/as auxiliares;  pelo decréscimo na qualidade dos serviços de apoio, como a segurança, os horários - agora preparam-se para alterá-los de modo a colocarem as AEC dentro do horário de aprendizagem, passarão assim os miúdos a ter inglês às nove educação física antes do almoço, etc - num Concelho em que os pais têm de recorrer ao voluntariado para dar apoio às refeições, para salvaguardar a segurança dos filhos nos períodos de entrada, já que as portas só abrem às 8.45h; vão fechar  escolas que funcionam, para despejar as crianças em espaços mais do que lotados. 
Crêem os srs governantes que os  cidadãos são estúpidos, que não entendem que aquilo que se pretende é canalizar os cobres poupados para os apoios ao sector privado, que esse sim é de qualidade, porque se paga e permite disfarçar a incompetência da boyada que por aí corre descontrolada à imagem do chefe e de outros que tal.
Afinal de contas, de que servem os votos do interior, são residuais...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Viva a globalização II

WILSON from Arnaud Bouquet on Vimeo . Vou postar todos os dias um video com lágrimas. Um video do absurdo e da estupidez. Um video da insanidade deste mundo que habitamos. Da esquizofrenia global. Da imensa tristeza de habitar tal espaço...

A historia da Girafa sem Pescoço

Era uma vez uma girafa, muito simpática, que morava numa enorme savana, lá bem no coração de África. Mas a nossa amiga girafa, não era completamente feliz. Tinha uma pequena mágoa sempre a roer-lhe a alma. À primeira vista ninguém conseguiria dizer que ela não era uma girafa como as outras, com o seu enorme pescoço e as manchas castanhas a cobrirem-lhe o corpo amarelado. Como as outras girafas, tinha o seu jeito desengonçado de andar e o hábito de mastigar as folhas que ia tirando das árvores. Quem a visse diria sem qualquer dúvida que ela era uma vulgar girafa, a viver a vida de todas as girafas, mas não era bem assim. Lá na savana, ao cair da noite, todos os animais se juntavam e conversavam, contavam histórias e cantavam juntos canções que iam inventando no momento, mas, a nossa amiga limitava-se a ouvi-los, porque da sua garganta não saía nem um ai. Por ter um pescoço tão grande, ela não conseguia emitir qualquer som, mesmo o mais insignificante e  era essa a causa da sua melanco