Avançar para o conteúdo principal

Fim


Morreu José Saramago.
Morreu, como muitos antes dele, como todos nós, depois...
A obra fica, acho que basta, e basta muito.
A obra literária, mais a obra da vida, tecida no dia a dia. Feita de certezas e de dúvidas, de erros e acertos.
Vai ser cremado, o seu corpo transformado em cinzas. Nervos, músculos, sangue, transformados em pó.
Somos efémeros, corpos em trânsito, que importa um corpo sem vida?
Que conta um objecto fechado, feito de papel e tinta e signos se não olharmos para ele? Se não decifrarmos os sinais impressos a tinta.
O que faltará para que esse objecto se transforme em livro? Para que se metamorfoseie em palavras?
O homem morreu, está morto.
É como vivo que  se quer lembrado.
Através da obra.
O resto...
"Sic transit gloria mundi"

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Viva a globalização II

WILSON from Arnaud Bouquet on Vimeo . Vou postar todos os dias um video com lágrimas. Um video do absurdo e da estupidez. Um video da insanidade deste mundo que habitamos. Da esquizofrenia global. Da imensa tristeza de habitar tal espaço...

A historia da Girafa sem Pescoço

Era uma vez uma girafa, muito simpática, que morava numa enorme savana, lá bem no coração de África. Mas a nossa amiga girafa, não era completamente feliz. Tinha uma pequena mágoa sempre a roer-lhe a alma. À primeira vista ninguém conseguiria dizer que ela não era uma girafa como as outras, com o seu enorme pescoço e as manchas castanhas a cobrirem-lhe o corpo amarelado. Como as outras girafas, tinha o seu jeito desengonçado de andar e o hábito de mastigar as folhas que ia tirando das árvores. Quem a visse diria sem qualquer dúvida que ela era uma vulgar girafa, a viver a vida de todas as girafas, mas não era bem assim. Lá na savana, ao cair da noite, todos os animais se juntavam e conversavam, contavam histórias e cantavam juntos canções que iam inventando no momento, mas, a nossa amiga limitava-se a ouvi-los, porque da sua garganta não saía nem um ai. Por ter um pescoço tão grande, ela não conseguia emitir qualquer som, mesmo o mais insignificante e  era essa a causa da sua melanco