Imagem extraída do blogue "Barreiro Overnight"
Confesso que tenho sérias dificuldades em pronunciar-me acerca de Cavaco Silva. Não gosto dele! e não é um desgostar racional, fundamentado, produto de análise crítica, distanciada.
O que sinto pela figura, é uma visceral aversão, algo vindo da noite dos tempos, como se sempre tivéssemos existido e sempre tivéssemos militado em lados opostos da barricada.
O homem de Boliqueime representa para mim o lado pantanoso, sulfúrico, que as democracias têm de suportar, para melhor entenderem o valor da tolerância.
A sua ausência, ou de representante da Presidência da Republica, nas exéquias de Saramago, é um insulto a Portugal.
Cavaco sendo o que é, como cidadão; tem a obrigação de esquecer a sua incivilidade, a sua prepotência, a sua banalidade enquanto homem e lembrar-se que como Presidente da Republica, representa o Estado.
Tinha de ter estado presente, mesmo que isso lhe custasse, mesmo que a sua falta de coragem lhe gritasse o contrário, mesmo que a sua má consciência lhe tolhesse a empáfia.
Cavaco tinha de estar presente, mesmo que o Silva se opusesse.
Este não é o presidente de todos os Portugueses, é uma máquina de calcular, baratucha, sem alma nem grandeza.
Cavaco é um alter ego do Conde de Abranhos, um infeliz acaso, que se cruzou com Portugal.
Saramago disse que dele só banalidades são expectáveis.
Estava coberto de razão.
Gostei, e revejo-me de tal maneira no texto que tomei a liberdade de publicar uma ligação no facebook, que estarei pronto a retirar se não achar conveniente.
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