A Máscara

Eu semeio, porque o futuro não é hoje e, para amanhã faltará sempre um dia.
Sou uma asa inclinada, a modos que um voo interrompido, a deixar no ar apenas a sugestão de um trajecto.
Não me completo em mim, não tenho esse dom...
Sou da humanidade que fica à porta, que se recusa a entrar em espaços talhados por outros.
Aspiro à Liberdade.
À Liberdade de ser quem sou, apesar da máscara que muitas vezes me imponho.
Uma máscara anónima de espectador de todas as outras Liberdades.
No fundo no fundo, talvez sejam as máscaras  émulas da diferença.
Mas que importa essa concorrência?

Que importa ao mar a quantidade de gotas que transporta?