Escrevinhei esta crónica há já uns tempos...
Continua actual, talvez mais actual do que nunca:
Continua actual, talvez mais actual do que nunca:
Deus morreu, Marx morreu e, eu próprio não me sinto lá muito bem.
É este o retrato do partido actualmente no poder. Aderente entusiasta da “real politic”, o partido liderado por José Sócrates é isso mesmo, um conglomerado de interesses, sem referências, condenado a governar à vista, dependente de lideranças conjunturais, forçado a reagir mais do que a determinar a sua própria agenda.
Partido laico, que meteu o socialismo na gaveta e que por via disso, perdeu as referências ideológicas.
Só assim se entende o percurso ziguezagueante das suas reformas; da educação à saúde, da justiça à reforma fiscal, passando pela administração pública, tudo no governo deste partido é fachada inconsistente, pastiche político, governação “a la carte”
Manipulam-se dados estatísticos, distorcem-se verdades, sufoca-se o contraditório, recorre-se ao “Photoshop” e eis o país moderno, das energias renováveis, das grandes vias, dos grandes investimentos públicos, criadores de riqueza e bem-estar.
O Sistema Nacional de Saúde não funciona?
O ensino é uma linha de montagem que produz licenciaturas de pacotilha para ajeitar os números do sucesso?
As Universidades estão sufocadas?
As crianças não têm creches?
Os professores estão desmotivados?
O desemprego aumenta?
O subsídio de desemprego cobre apenas uma parcela mínima de desempregados?
Os salários da função pública cristalizaram na noite dos tempos?
Os impostos são cada vez mais altos?
Os meses cada vez maiores?
Isso é ficção.
Isso são histórias criadas por desestabilizadores, para diminuir a grandiosa obra do partido no poder.
A solução?
Calar os energúmenos, silenciá-los de uma vez por todas.
Quem não é pelo partido do poder, é contra o Estado.
Quem não aplaude está contra a nação.
Porque a nação é o partido no poder.
Porque a nação se contém nas instituições de crédito, nas seguradoras, na Galp, nas mais-valias bolsistas, nas belas negociatas que por aí se fazem.
Luis XIV, José Sócrates dois homens o mesmo lema:
O Estado sou eu…
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