Sempre foi.
De um lado o destino, o determinismo semita que coloca o homem como espectador e vítima da sua própria história. Tudo acontece pela mão dos deuses.
Do outro a vontade, o périplo humano dos gregos que entende o homem como fautor do seu caminho, independentemente da vontade dos deuses.
É esta a nossa história nos últimos milhares de anos, um confronto sem síntese possível, feito de avanços e recuos e submissões impostas pelo lado ocasionalmente vencedor.
E de tantos enlaces e desenlaces resultou esta nossa mediterrânica cultura, feita de heróis humanos e vencíveis, que por instantes, cósmicos instantes, se sobrepõem ao desalinho do caos e abrem novas portas com limiares ainda inultrapassados.
Agora vivemos um momento assim, no mediterrâneo é a alma dos homens que se levanta e que grita não.
Sem margens, sem sul nem norte, apenas homens, milhares de homens, milhões de homens saídos da matriz da nossa cultura.
Sem elfos, nem valquírias, sem druidas nem fadas…
Ulisses e Gilgamesh, Heitor, Aquiles, Al Mansur, Castor e Polux, Prisciliano, Arquimedes, Sófocles, Pirandello e tantos de nós que bebemos nas águas turquesa do grande lago.
...e é assim,assim mesmo,esta nossa matriz.
ResponderEliminarEntre os enlaces esperamos desenlaces; entre os que se erguem esperamos heróis...mesmo que efémeros. Mas mais que isso, esperamos um Destino para cumpir...
É muito difícil comentar o que está perfeitamente desCrito.
Vou-te seguindo, calada e atenta.