Agora que a campanha está nos últimos dias, com alguns já a desmontar a tenda, apressam-se uns e outros a demarcar terreno, ou melhor a conquistar posição confortável na aldeia da roupa suja.
Embora muito disto não passe de contra-informação saída da candidatura de direita, o que é lógico, dada a baixíssima qualidade do debate, não é muito difícil admitir que exista um fundo de verdade no que por aí se vai lendo e ouvindo.
Estou envolvido na campanha de Manuel Alegre, tenho contactado de perto com o aparelho (?) do Partido Socialista e sou forçado a constatar que se existem pessoas genuinamente empenhadas, existirão muitas outras que tudo fizeram e ainda fazem para que a mensagem não passe.
Tenho pena porque Manuel Alegre é uma alternativa válida ao actual presidente, é um homem de esquerda, empenhado na defesa dos valores que são a base do estado social, é corajoso e determinado.
Tenho, pesados os prós e os contras, a consciência que ao decidir apoiá-lo tomei a decisão correcta.
Não invalida isso que me sinta desencantado com aquilo que já julguei ser a duplicidade dos dirigentes socialistas, mas que agora me vejo forçado a admitir ter-se tratado de uma estratégia, gizada com cabeça tronco e membros para que chegássemos a esta situação.
A Sócrates não interessa a vitória de Alegre, prefere lidar com Cavaco, com um Cavaco a valer pouco mais de 50%, longe de uma vitória esmagadora que lhe daria outra margem de manobra, está a consegui-lo segundo as últimas sondagens.
A Soares só interessa a humilhação do homem de Águeda e, na sombra tem manobrado para que tal aconteça. Mais fácil se torna consegui-lo com a inestimável cooperação dos seus companheiros de partido.
Este é o cenário e só aos menos atentos passa desapercebido.
Por mim vou continuar com redobrada força a fazer os possíveis para que Alegre passe à segunda volta, agora não apenas porque acredito na candidatura, não apenas para barrar Cavaco, mas também porque se isso acontecer, os SS (Soares e Sócrates) vão com toda a certeza passar um muito mau bocado.
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