Avançar para o conteúdo principal

What a fuck?????


Lá pelo Gharb as coisas não andam muito bem.
O Califa de Boliqueime descontrolou-se e começa a atirar em todas as direcções, não cuidando sequer em resguardar-se das suas próprias setas.
Do alto do púlpito oferecido, ele que na sua arrogância garante que sem si o pão sairia com bolor, os galos anunciariam o crepúsculo e os rios nasceriam do mar submergindo com as suas incontidas águas toda a terra, não se deu conta das vozes que entretanto se levantaram do sepulcral silencio e que aos poucos foram questionando tamanha empáfia:
"Se é assim tão honesto, porque não acalma as nossas dúvidas e prova com actos mais do que com palavras a sua honestidade?"
" Se se preocupa tanto com o nosso bem-estar, porque nos condena à esmola dos poderosos em vez de cuidar de distribuir melhor o que é de todos?"
"Se a sua voz é tão ouvida pelos que nos atacam, porque se remete ao silêncio e nos sujeita a tamanhos enxovalhes?"
Mas o Califa, ao sentir que essas vozes têm eco na razão dos homens o que faz?
Desvaloriza-as, insinua que se devem ao desespero de se verem ofuscadas pelo intenso brilho da sua sapiência, que são calúnias e insultos. No entanto as provas da sua cupidez existem e afrontam e rasgam a indiferença dos que não querem ver.
Explique-se o Califa que o povo agradece, ou então suma-se  na sua pequena Taifa lá para os lados do Cavaquistão e deixe em paz os que não são, nunca serão seus servos.
Como diria o outro:
"Até quando Catilina abusarás tu da nossa paciência?"

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A historia da Girafa sem Pescoço

Era uma vez uma girafa, muito simpática, que morava numa enorme savana, lá bem no coração de África. Mas a nossa amiga girafa, não era completamente feliz. Tinha uma pequena mágoa sempre a roer-lhe a alma. À primeira vista ninguém conseguiria dizer que ela não era uma girafa como as outras, com o seu enorme pescoço e as manchas castanhas a cobrirem-lhe o corpo amarelado. Como as outras girafas, tinha o seu jeito desengonçado de andar e o hábito de mastigar as folhas que ia tirando das árvores. Quem a visse diria sem qualquer dúvida que ela era uma vulgar girafa, a viver a vida de todas as girafas, mas não era bem assim. Lá na savana, ao cair da noite, todos os animais se juntavam e conversavam, contavam histórias e cantavam juntos canções que iam inventando no momento, mas, a nossa amiga limitava-se a ouvi-los, porque da sua garganta não saía nem um ai. Por ter um pescoço tão grande, ela não conseguia emitir qualquer som, mesmo o mais insignificante e  era essa a causa da sua mel...

Os cães no Santuário de Fátima

Continuem a fechar os olhos...  Ju Carvalheiro O ESCANDALO do Santuário de Fátima em relação ao abate de animais é conhecido de muitos, mas ninguêm ainda conseguiu parar esta crueldade . As ordens partem da Reitoria do Santuário, para que todos os cães que aparecem por Fátima, quer sejam adultos ou cachorros, quer tenham donos ou não, são capturados pelos seguranças e colocados na caixa que apresentamos em foto. Esta caixa está mesmo nas traseiras do santuário, no local das oficinas. Ali ficam os cães durante algumas semanas, ao frio e á chuva de Inverno, á chapa do sol, no Verão. Sem direito a comida ou água, num espaço minimo onde a maioria nem se consegue colocar de pé... Existem alguns seguranças que não levam os cães capturados para este local, conseguem levar alguns para casa e adoptam-nos ou arranjam donos entre os seus vizinhos ou cologas de trabalho. Boa gente esta que sofre em ver os animais assim tratados, mas que se sente impotente com a ameaça de perderem os seus...

Abril dos meus encantos

Amanhã 25 de Abril Para muitos é uma data de calendário, um dia que foi e que se celebra por ter sido. Um marco a definir o antes e o depois. Antes a bruma medieval do fascismo do Estado Novo que se tornou velho, depois a Democracia, os cravos, o povo unido, o folclore produzido por aqueles que sendo passageiros do antes, tentaram impor de todas as formas o regresso às trevas da oligarquia que nos dominava. Para mim 25 de Abril será sempre o de 1974, quando eu tinha dezassete anos e encarava o mundo como um campo por lavrar, um imenso campo onde todo povo coubesse, uma lavra que por ser de todos não seria nunca de ninguém. Tinha então dezassete anos... Fui para o Carmo e andei pelas ruas e cantei e bailei e festejei antecipadamente o meu direito a errar, porque errar significa optar e optar é poder corrigir o erro. Desses tempos um ensinamento me ficou, uma mensagem de Abril, talvez a mais importante. Não há que ter medo! o medo é o pior inimigo do sonho, o medo tolhe, o medo s...