Li com atenção e alguma perplexidade à mistura o post do "A Cinco Tons", "Vamos ao Pote Já".
Não me iludo com a avidez de muitos em relação às prebendas decorrentes do poder, para eles é natural, como é expectável falarem de meritocracia, ou o que quer que isso seja. É certamente uma variante da tecnocracia, algo asséptico, decorrente de escolhas determinadas pela desresponsabilização política daqueles que irão ocupar cargos de confiança política.
É aqui nesta encruzilhada que a porca torce o rabo e que a dita senhora deveria torcer a língua e conter-se. O que defende, os argumentos espandongados nessa defesa, são uma homenagem ao vazio demagógico cultivado no seu partido, o PP, o partido de Portas, tal como o PS é o partido de Sócrates, sem tirar nem pôr. São partidos que vivem da imagem dos seus lideres, partidos de quadros, que apenas subsistem com lideranças fortes que decidem o rumo político e se rodeiam de técnicos para executarem as decisões dos gurus. Nada de bom pode surgir daqui, por isso lemos que: "Esta governação ficou marcada por uma ausência de hierarquia e reversão dos papéis sociais, ficamos sem saber por exemplo, que figura têm os professores na escola ou se os alunos devem aprender, ficamos a saber que ser delinquente são distúrbios psicológicos que a lei protege, ficamos a saber que o casamento não é entre pessoas de sexos diferentes, ficamos a saber que tudo está a saque…
Não ousem dizer que a culpa é deste ou daquele, ou do outro … a culpa é da má gestão de José Socrates e do seu governo". Pergunto-me acerca do que distingue esta senhora, ao que parece reclamante de cargo público, de outro qualquer eleitor não informado, seguidor apenas da verve demagógica e da figura mais ou menos carismática do grande líder?
É esta ligeireza, esta nula consistência dos valores supostamente defendidos, que assusta.
Assusta a água da lavagem daqueles que saem e não são diferentes, assusta a feira dos que vão entrar e fazer a mesma coisa.
Só que com mais instrumentos...
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