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AS PRAÇAS DO LAGO


Temos assistido este ano a múltiplos movimentos de protesto, movimentos de cidadania, movimentos de pessoas que se juntam e manifestam o seu descontentamento e o desejo de mudança e o desejo de fazerem parte dessa mudança.
Para mim que sou um incurável romântico seriam a revolta do grande lago, do meu bem amado Mediterrâneo, mas não quero entrar por aí. Se bem que todos estes milhares de anos de história, de revoluções, de avanços e recuos não existam por acaso,  nem as ocasionais surtidas dos nibelungos conseguem apagar a marca do humanismo Greco-Latino ou o determinismo semita do sul, que se combinaram de forma tão harmoniosa para criar o cadinho único que é o nosso código genético. Somos sem dúvida os homens do mundo, os eternos calcorreantes do planeta e isso é bom, porque conhecemos a diferença e conhecendo-a deixamos de a temer e aprendemos a viver com ela, a amá-la mesmo.
É exactamente essa capacidade de viver na diferença que está na base destes movimentos, eles são fruto de múltiplas minorias que se congregaram numa imensa maioria unida pela necessidade de dizer não! não interessa o género, a idade, a cor da pele, tão pouco interessa a classe social, o país em que nascemos, o que realmente conta, o que significativamente pesa, são os milhares de anos de história, o saber inato de que as mudanças, as mudanças a sério, implicam rupturas, cortes, implicam a necessidade colectiva de mudar.
Pouco interessa o que virá amanhã, desde que não seja o mesmo que ontem. De certeza outros caminhos surgirão, outras formas de organização social, novos paradigmas.
Estamos vivos não porque ainda respiramos, mas porque vivemos, porque para nós sobreviver não chega, é pouco! É quase nada! 
Os símbolos servem porque possibilitam a comunicação, transmitem ideias, transportam determinadas formas de mundo.
Para se mudar o mundo é necessário questionar-lhe os símbolos. A revolta é o primeiro passo.
Temos de viver este imenso passo colectivo.
Mesmo que isso implique questionar as actuais formas de representação, mesmo que o poder reaja violentamente, como poder que ainda é.
A Liberdade tem expressos no rosto, os rostos de todos...

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