A água e a torneira
Uma crónica é o relato de algo que passou, quanto muito, a sua análise à luz de uma opinião particular.
Restringe-se assim o campo, e pelos vistos bem, já que de outra forma, se se abordasse o devir, correr-se-ia o risco de transformar em propaganda, o que nasceu para estimular o debate.
Digo isto, porque o meu primeiro ímpeto, foi o de escrever acerca de uma iniciativa do partido em que me enquadro, o BE, que pretende aumentar o subsídio de desemprego para 70% do salário, e reduzir o prazo de garantia para seis meses de descontos ao longo do último ano de desemprego, em vez de quinze meses de trabalho em dois anos (previstos na lei) ou um ano em dois (como será em 2010).
Para se ter uma ideia do imenso alcance da proposta do Governo, basta dizer que dos actuais 300 mil desempregados sem direito a subsídio, apenas dez mil beneficiarão com tão judiciosa medida.
Quanto a isto serão efectuadas acções, que não cumpre aqui divulgar, mas que a seu tempo, sem dúvida, serão conhecidas.
Assim, correndo o risco de ser repetitivo, vou voltar à questão da água, ou da falta dela.
Ainda no dia em que o abastecimento foi suspenso, entendeu o BE, a meu ver bem, pedir a realização de uma Assembleia Municipal de carácter extraordinário, tendo como objectivo a prestação de esclarecimentos acerca da referida suspensão. Quais as suas causas, o que foi feito para as obviar, a quem atribuir responsabilidades, o que será feito para que não se repitam.
Só assim os eleitores, aqueles que sentiram na pele, o malfadado corte no abastecimento, poderão tirar as devidas ilações.
Esse pedido já foi entregue pela deputada do BE na Assembleia Municipal.
Até hoje, já muito se disse e escreveu acerca do sucedido, diversas causas foram apontadas, muitos capotes se limparam no sacudir de culpas, muitas polémicas, algumas completamente excêntricas ao tema, estalaram.
No entanto, as pessoas continuam sem entender, qual a origem, a quem atribuir de facto a responsabilidade pelo sucedido, como é que se irá prevenir a eventualidade de nova ruptura no abastecimento, que planos de contingência estão criados, qual a qualidade da água que consumimos,
qual o peso do segundo maior accionista da Empresa águas do Centro Alentejo na gestão da mesma.
Por isso é importante que estas e outras questões sejam postas a quem de direito,
é importante que sejam colocadas no órgão que representa o povo deste concelho. Só assim se poderá acabar de vez com a polémica.
Antes de terminar uma palavra de solidariedade para com um dos povos mais sofridos do planeta, os Haitianos; não bastavam os corruptos para lhes comer a carne, tinha de vir um brutal tremor de terra para lhes enterrar os ossos.
Até para a semana.
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