A chuva cai, a cortar de água o ar frio de Janeiro, a humedecer o cheiro da madeira queimada.
As vidraças das janelas, embaciadas como o dia, os sons metálicos, agrestes da cidade mergulhada em si, chamam-me para uma valsa solitária e rodopio vezes sem conta de braços abertos até ficar inebriado pela turvação do movimento e me sentar, a respirar o ar frio e a sentir a chuva na cara afogueada, as mãos pendentes ao longo do corpo, um sorriso de pasmo pela afeição que se liberta; do húmus da terra, do leito dos homens…
Comentários
Enviar um comentário