Por tangos de anil,
frementes dos ritmos quentes dos trópicos
do lado de lá,
suspiram gestas submersas de fado no lado de cá.
E a sua alma taprobana
luz e reluz e treluz
em ânsias de marear.
É num ápice que se despoja das vestes do medo
e corta as amarras que a prendem à terra.
Ei-la lesta
zarpando num indizível fogacho de prazer.
Ai a aventura,
que garboso eufemismo para a liberdade.
foi assim entre mar e nada
que se deixou seduzir pelas festas do vento.
Talvez lhe aprouvesse também o ar...
E logo que criou asas voou.
um voo de concupiscência,
feito lavra, a rasgar a linha do horizonte
de um lado o céu
do outro o mar.
Nesse acto de volúpia despertou
de novo os deuses
e trouxe de volta à terra a dor da imortalidade.
Depois chorou,
só, com as mãos cheias de nada.
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