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Haiti




A Unicef receia que devido à falta de controlo existente no Haiti, muitas crianças estejam a ser retiradas do país, com destino e futuro incertos.
Nestas alturas de caos total tudo é possível, e se existem oportunidades de negócio, elas são aproveitadas, mesmo que à custa da vida de inocentes, como parece ser o caso.
A calamidade que se abateu sobre este país, a primeira nação do mundo a libertar-se do jugo colonial, é o triste culminar de uma história trágica, feita de ditaduras, de invasões, de desrespeito pelos mais elementares direitos que assistem a qualquer pessoa, o Haiti é hoje um país sem futuro, como já o era antes do sismo, distante do que sonharam os escravos revoltosos que se bateram pela sua independência.
Há um ditado mexicano que diz: “pobres dos Mexicanos, tão longe de Deus tão próximos dos Norte Americanos”.  Este dito assenta que nem uma luva ao Haiti; ocupado durante trinta anos, sujeito a ditaduras ferozes, que saquearam os recursos do país, patrocinadas pelos Estados Unidos da América. Esta nação é hoje inviável, impossibilitada de sobreviver sem ajudas externas.
O sismo chamou a atenção do mundo, criou um momento mediático, em que todos querem participar, em que todos pretendem tirar dividendos de uma pretensa solidariedade, que nunca antes se manifestou, mesmo sendo necessária mesmo sendo urgente.
Mas interrogo-me, que solidariedade é essa que põe um porta-aviões nuclear nas águas do Haiti, mais submarinos e outros vasos de guerra e ainda um contingente de forças especiais com 10 mil homens?
Será pelos saques, pela pretensa violência nas ruas? Então será legítimo perguntar, saquear o quê, haverá violência maior do que ter mais de cem mil mortos nos escombros, não ter água potável nem comida, saber que a ajuda está ali ao lado e não ter acesso a ela?
Multidão incontrolável que precisa de ser refreada? Mas quando o furacão Katrina arrasou Nova Orleães, a sucessão de roubos e atentados à vida das pessoas obrigou o governo federal americano a colocar 50 mil homens armados nas ruas, com ordens de atirar a matar, forçou as autoridades a improvisar mega-prisões e ninguém falou de multidão incontrolável, de bandidos à solta, ninguém colocou vasos de guerra à porta dos Estados Unidos…
A atenção do mundo vai inevitavelmente centrar-se noutro acontecimento, as contas de solidariedade vão ser encerradas, mas os soldados e os barcos de guerra continuarão lá, e as crianças continuarão a ser raptadas e o Haiti continuará lá e o Darfour e Serra Leoa e o Afeganistão e tantos outros.
E nós por cá todos bem, até um dia…
Até para a semana.

Comentários

  1. 1974 - Ano da independência de Granada


    1983 - 1984 - ILHA DE GRANADA - Após um bloqueio económico de quatro anos a CIA coordena esforços que resultam no assassinato do 1º Ministro Maurice Bishop. Seguindo a política de intervenção externa de Ronald Reagan, os Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de Granada alegando prestar protecção a 600 estudantes americanos que estavam no país

    A frustração de não ter representado o globo terrestre!

    http://www.girafamania.com.br/americano/grenada.html


    Como estará Granada?

    http://www.youtube.com/watch?v=HXyCoFA0e2w

    BL

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