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vou mas é pirar-me


Estou na capital.
Vim, fiz o que tinha a fazer e vou-me embora. Sinto falta de ar, falta de espaço. Sinto-me oprimido por este mar de cimento, por estes rios de alcatrão. Quase tudo aqui é vertical, para cima ou para baixo, pouco importa.
Primeiro rouba-se o espaço, depois a alma.
Vêm todos para aqui e deixam o resto do país às moscas. Metem-se nas gaiolas de betão a sonhar com a Liberdade e vão visitar as suas vaquinhas e as suas galinhas e as suas cabrinhas ao farmville, então está bem.
Qualquer dia ainda alguém se vai lembrar de um caminho para a Índia virtual, lá no 14ºj do nº 382 da rua Pandora.
Eu cá por mim vou mas é para esse incómodo Alentejo onde ainda existem cheiros e toques e o disparate do aroma a terra molhada.

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