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A Choldra

Peço desculpa pela parca qualidade do vídeo mas fui eu que o editei e essa não é de todo a minha praia.
pretendi com esta aventura demonstrar apenas como é que as coisas funcionam por cá, mostrando a volubilidade e a limitada honestidade intelectual daqueles que inadvertidamente foram eleitos em Outubro de 2009 para gerirem o Concelho de Évora.
O que se ouve neste vídeo, entremeado de imagens da colecção do Centro de Artes Tradicionais e de algumas actividades ali desenvolvidas, com algumas peças da colecção de design industrial do sec XX, propriedade do Prof. Paulo Parra, é o excerto de uma entrevista dada pela Vereadora da Cultura, Cláudia de Sousa Pereira, à rádio Diana pouco depois de ter sido lançada a petição em prol da manutenção do CAT enquanto tal. 
Nessa época ainda não tinha começado a reacção popular que se veio a manifestar posteriormente, sob as mais diversas formas e com o apoio de várias pessoas de distintos quadrantes políticos, de várias entidades insuspeitas tais como o Ministério da Cultura, o Instituto Português de Museus, a Delegação Regional de Cultura do Alentejo, a Comissão Municipal de Defesa do Património, enfim não pretendendo uma nomeação exaustiva daqueles que se manifestaram contra, creio serem suficientes estes nomes para se entender que o Turismo do Alentejo e a CME, ficaram isoladas na sua intenção de entregar a um coleccionador privado, de mão beijada, o que custou muito a reerguer e que tinha ainda muito para oferecer enquanto projecto museológico.
È claro que para aqueles que se julgam donos do poder, nada disto conta, o que pesa é levarem para a frente as suas negociatas, mesmo que tenham de sustentá-las com mentiras esfarrapadas, mesmo que tenham de emendar protocolos, mesmo que tenha de fechar o espaço a assassinar, para assim, julgam eles na sua limitada visão, acabarem de vez com a contestação.
Esta gente nunca faz nada às claras, nunca assume frontalmente os seus objectivos, a sua estratégia é a do poder pelo poder, os seus métodos, os do desenrasca.
Falaram de um grande projecto aglutinador de vontades, que pusesse Évora no mapa do design mundial.
Onde estão os apoios a esse projecto?
Onde reside a fundamentação desse projecto?
Em que estudos se baseiam para afirmar que ele será rentável?
Quanto dinheiro do erário público vão enterrar nele?
quem lhes garante que virão mais turistas a Évora para ir visitar o museu agora baptizado como lhes convém de "Artesanato e Design"?
Onde está a garantia que será museu?
Se não for rentável nos dez anos de vigência do protocolo, o que vai acontecer?
como vão conciliar os dois acervos num espaço como o dos Antigos Celeiros Comuns?
Nenhuma destas questões ainda obteve resposta. duas hipóteses se levantam ou não existe e são confrangedoramente incompetentes,ou então não a querem dar e são perigosos porque para eles a democracia, a cidadania são conceitos descartáveis que se podem vergar às suas conveniências.
Isto é o que se passa em pleno século XXI nesta cidade: Uma Choldra.


Comentários

  1. "Um museu serve para mostrar o que não se pode ter em casa"?E quem é que paga? Cláudia..Cláudia...no que te foste meter...

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  2. sintomáticas as inflexões do discurso: os silêncios e as divagações típicas da insegurança e da mentira.

    sintomática também a expressão da vereadora "não é isto que mata a vivência cultural..." pois não, digo eu, o que matará por completo a vivência cultural é a vereadora e estas politicas!

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