Vinte e dois miúdos e uma bola num campo com montículos de pedras a delimitar balizas, é futebol.
Vinte e dois jogadores profissionais, supervisionados por três fiscais, num estádio bem equipado, com um relvado tratado e demarcado, com balizas, com milhares de pessoas a assistir in loco, mais uns quantos milhões pela televisão e uma bola… não é futebol, é espectáculo.
Um homem na Palestina, a pregar por uma sociedade menos desigual, mais justa e equilibrada, a viver no meio dos desprotegidos, dos marginalizados, dos esquecidos e a ver a sua mensagem seguida por eles e por outros e mais outros, a ser perseguido por isso e a ser condenado e morto e mesmo assim permanecer… é religião.
Uma instituição poderosa, rica além do imaginável, que trata os pobres como se os possuísse, que lhes reserva a esmola da caridade e que confunde isso com solidariedade, que tem uma praça como Estado, com milhares de pessoas a assistir in loco e mais uns quantos milhões pela televisão a um homem de branco à janela, a defender a caridade e a submissão, a justificar a desigualdade… não é religião, é espectáculo.
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