Outro dia, debaixo do chuveiro, fui tomado por um surpreendente pensamento, uma espécie de epifania.
Projectei-me para lá da casa, para lá do planeta e do sistema solar, da galáxia, do universo e dos que lhe sucediam. Fui crescendo cada vez mais, até me reencontrar de novo no duche, com as infindas gotas de água soltas no ar e a névoa quente a envolverem-me o corpo.
Fiquei sem fôlego.
Será isto a condição humana?
Tudo e nada, simultaneamente?
Será esta capacidade de soltar amarras o verdadeiro sentido da vida?
Essas múltiplas, miríficas alforrias, esses pequenos gestos, que sempre em movimento enformam a liberdade?
Que lhe dão sentido?
Agirmos únicos em consonância com o todo?
Se assim for viver a liberdade é abraçar a utopia, ou não?
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