Nasce o ano de outro
Que morre
Em mesa de um de tudo cheia,
Borbulhante, embriagada…
A mesa do outro, cheia de nada…
O outro, no mundo todo,
No mundo todo quase, em razia,
O outro quase morre,
Ou morre mesmo todo,
Em fronteira vazia,
Cheia de lágrimas,
Seca de tudo,
Cheia de nada,
Em fronteira vazia,
No vazio do outro
De mesa vazia
Que morre
Em ano que nasce
De outro
Que morre…
Évora, 2010-12-31
J. Rodrigues Dias
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