Avançar para o conteúdo principal

As Ditaduras e as Ditamoles



Abaixo as ditaduras!
Concordo e acrescento: Abaixo as ditamoles!
É que esta história das democracias burguesas mais o seu esplendoroso marketing…
Imagino o Presidente do Chase Manhatan Bank a dizer, enquanto fuma o seu charuto, ao director da Standard and Poor’s: “A democracia não é um regime perfeito, mas é o melhor que se pode arranjar”
E não é que o homem tem razão?
As ditaduras são muito instáveis a médio e longo prazo. Baseiam-se na repressão óbvia e se bem que os seus custos sejam mais baixos, já que apenas alguns (poucos) recebem prebendas, tendem a degradar-se com o tempo e normalmente acabam de forma abrupta. Muitas vezes com uma revolução e um estado caótico, difícil de absorver pelo sistema.
Já as democracias, tendo a desvantagem da alternância entre títeres e respectivos aparelhos; o que representa maiores custos de manutenção, têm a vantagem da durabilidade, acrescida de mecanismos próprios para a diluição de tensões.
A ideia de mudança propiciada pelo voto, permite a manutenção do sistema, através da alternância entre supostos líderes, que apenas aparentemente se diferenciam. Além disso, sendo o acto de votar uma espécie de catarse, os alvos não alcançam que na realidade as suas opções estão limitadas a dois no máximo três contratos de adesão, em que a independência na escolha é completamente relativizada. No fundo votar A ou B em nada altera o “status quo”, permitindo apenas que quem cede o lugar adeqúe as suas propostas á nova realidade que surgirá nas eleições vindouras.
Se se pretende um rápido retorno do investimento, sem dúvida que as ditaduras são mais eficazes, porque permitem, dada a sua fragilidade, a exponencial de conflitualidade, com a subsequente venda de armamentos e tráficos vários; mas em contrapartida as ditamoles oferecem um constante fluxo de mais-valias, muito mais compensador a médio, longo prazo, sem os riscos sistémicos anteriormente aflorados.
Outra vantagem das democracias ou ditamoles, é o mecanismo do endividamento. Os alvos são induzidos a recorrer ao crédito através da sugestão de consumo e ficam reféns das instituições crediárias, verdadeiros instrumentos profiláticos, no que a disfunções sociais diz respeito.
Se nada resultar pode-se sempre utilizar a persuasão da força, essa sim aplicável quer às ditaduras quer às ditamoles.
Passar bem.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

A historia da Girafa sem Pescoço

Era uma vez uma girafa, muito simpática, que morava numa enorme savana, lá bem no coração de África. Mas a nossa amiga girafa, não era completamente feliz. Tinha uma pequena mágoa sempre a roer-lhe a alma. À primeira vista ninguém conseguiria dizer que ela não era uma girafa como as outras, com o seu enorme pescoço e as manchas castanhas a cobrirem-lhe o corpo amarelado. Como as outras girafas, tinha o seu jeito desengonçado de andar e o hábito de mastigar as folhas que ia tirando das árvores. Quem a visse diria sem qualquer dúvida que ela era uma vulgar girafa, a viver a vida de todas as girafas, mas não era bem assim. Lá na savana, ao cair da noite, todos os animais se juntavam e conversavam, contavam histórias e cantavam juntos canções que iam inventando no momento, mas, a nossa amiga limitava-se a ouvi-los, porque da sua garganta não saía nem um ai. Por ter um pescoço tão grande, ela não conseguia emitir qualquer som, mesmo o mais insignificante e  era essa a causa da sua mel...

Os cães no Santuário de Fátima

Continuem a fechar os olhos...  Ju Carvalheiro O ESCANDALO do Santuário de Fátima em relação ao abate de animais é conhecido de muitos, mas ninguêm ainda conseguiu parar esta crueldade . As ordens partem da Reitoria do Santuário, para que todos os cães que aparecem por Fátima, quer sejam adultos ou cachorros, quer tenham donos ou não, são capturados pelos seguranças e colocados na caixa que apresentamos em foto. Esta caixa está mesmo nas traseiras do santuário, no local das oficinas. Ali ficam os cães durante algumas semanas, ao frio e á chuva de Inverno, á chapa do sol, no Verão. Sem direito a comida ou água, num espaço minimo onde a maioria nem se consegue colocar de pé... Existem alguns seguranças que não levam os cães capturados para este local, conseguem levar alguns para casa e adoptam-nos ou arranjam donos entre os seus vizinhos ou cologas de trabalho. Boa gente esta que sofre em ver os animais assim tratados, mas que se sente impotente com a ameaça de perderem os seus...

Abril dos meus encantos

Amanhã 25 de Abril Para muitos é uma data de calendário, um dia que foi e que se celebra por ter sido. Um marco a definir o antes e o depois. Antes a bruma medieval do fascismo do Estado Novo que se tornou velho, depois a Democracia, os cravos, o povo unido, o folclore produzido por aqueles que sendo passageiros do antes, tentaram impor de todas as formas o regresso às trevas da oligarquia que nos dominava. Para mim 25 de Abril será sempre o de 1974, quando eu tinha dezassete anos e encarava o mundo como um campo por lavrar, um imenso campo onde todo povo coubesse, uma lavra que por ser de todos não seria nunca de ninguém. Tinha então dezassete anos... Fui para o Carmo e andei pelas ruas e cantei e bailei e festejei antecipadamente o meu direito a errar, porque errar significa optar e optar é poder corrigir o erro. Desses tempos um ensinamento me ficou, uma mensagem de Abril, talvez a mais importante. Não há que ter medo! o medo é o pior inimigo do sonho, o medo tolhe, o medo s...