Avançar para o conteúdo principal

A morte saiu à rua



Há um sentimento de culpa que me invade e gostaria de partilhar convosco.
Nós "ocidentais" somos em grande parte responsáveis por isto, porque enfronhados na nossa sociedade do "bem estar", com tudo o que o "dinheiro compra" deixamos que os nossos governantes sem escrúpulos, tão criminosos quanto estes monstros, cultivassem a bem das suas negociatas, estas ditaduras (todas as ditaduras), que vendessem armas e aceitassem acolher nos seus bancos o dinheiro de sangue destes monstros, que partilhassem com eles os lucros da infâmia.
Ignoramos os sucessivos avisos e mais! vendemos o nosso silencio em troca das comodidades do "primeiro mundo".
Permitimo-nos esquecer o que duas guerras mundiais nos ensinaram.
Somos nós com a nossa atitude abúlica face a este poder fascista, que não reagindo permitimos esta desgraça.
Porque é deste lado da ínfima percentagem dos que tudo têm, que deve nascer a mudança.
A escória das escórias que governa o mundo e se dá pelo nome de "Mercado", esse eufemismo para criminosos, só se mantém no poder, porque nós não temos a coragem, a dignidade destes homens, que dão a vida, porque acreditam que os que ficam herdarão um mundo melhor, mais livre, mais justo.
Estou de luto profundo, desiludido comigo mesmo.

Não nasci para isto
Este video contem imagens chocantes

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A historia da Girafa sem Pescoço

Era uma vez uma girafa, muito simpática, que morava numa enorme savana, lá bem no coração de África. Mas a nossa amiga girafa, não era completamente feliz. Tinha uma pequena mágoa sempre a roer-lhe a alma. À primeira vista ninguém conseguiria dizer que ela não era uma girafa como as outras, com o seu enorme pescoço e as manchas castanhas a cobrirem-lhe o corpo amarelado. Como as outras girafas, tinha o seu jeito desengonçado de andar e o hábito de mastigar as folhas que ia tirando das árvores. Quem a visse diria sem qualquer dúvida que ela era uma vulgar girafa, a viver a vida de todas as girafas, mas não era bem assim. Lá na savana, ao cair da noite, todos os animais se juntavam e conversavam, contavam histórias e cantavam juntos canções que iam inventando no momento, mas, a nossa amiga limitava-se a ouvi-los, porque da sua garganta não saía nem um ai. Por ter um pescoço tão grande, ela não conseguia emitir qualquer som, mesmo o mais insignificante e  era essa a causa da sua mel...

Ali onde tudo é possível

Ali onde tudo é possível Um equilíbrio de pé ante pé numa singeleza de voo de borboleta Um córrego pelas linhas do eléctrico a desaguar no Tejo Águas de levada, sonhos, ânsias, brisas Mesmo mesmo mesmo em frente à Sé, por cima das pedras fenícias, gregas, romanas, mouras, pedras com pedacitos da pele de quem por lá andou,  ouvem-se ainda os gritos do povo a chamar a revolta. “Querem matar o Mestre! Querem matar o Mestre” E o sol a girar, a girar, no milagre anual do Fernando de Bolhões E o Cesário, o Verde E tudo, mas mesmo tudo misturado no fado Tudo a ir A misturar-se com as águas do Bugio... com as naus e as caravelas e os veleiros de três mastros a zarparem para os Brasis que em Lisboa já se fala francês... O Rei e a Carlota Joaquina e a resma de piolhos e de cortesãos empoeirados que foram com eles, mais a régia biblioteca que por lá ficou. Imagino os molhos de sertão e de samba e de escravos negros, polidos a óleo de amendoim e a talhe de chic...