Estou muito feliz, bastante tranquilo, e esperançoso no radioso futuro da cultura, em sentido alargado, nesta cidade.
Já sabemos que o Museu do Artesanato não vai acabar. A vereadora da cultura assim o diz:
“Não vai acabar, não vai acabar, continuará a chamar-se Museu do Artesanato. Será criado o Museu de Artesanato e Design de Évora, que até tem uma sigla engraçada, MADE”.
É engraçada sim senhor! Mas o que quererá dizer?
Depois de muitas voltas à cabeça, decifrei o sentido modernaço da dita: Marimbamo-nos Absolutamente na Dignidade dos Eborenses. Está bem visto sim senhor! Não poderiam ter encontrado melhor definição para a sua política cultural.
Substitui-se assim a ultrapassada sigla do CAT (Com Amor e Trabalho) por uma que se adequa na perfeição ao que se passa “Cá Polas” bandas de Évora.
Além do mais sendo o Design Industrial uma adequação mais rentável do que era a produção artesanal antes da industrialização, faz todo o sentido aglomerar, canetas de tinta permanente, lambretas, despertadores, torradeiras, faianças, mantas, tapeçarias… aglomerar apenas pela exiguidade do espaço e dada a intenção declarada de garantir a coexistência de ambos os acervos.
Infelizmente não há espaço é para Hortense Santos, que, sem nada ter a ver com esta história, se viu corrida depois de anos de entrega a um projecto, por acaso, apenas por acaso, considerado consistente e válido e a ser mantido e acarinhado por todos menos pela tríade CME, RTA e Coleccionador que tem convites de todo o lado para expor a sua colecção só não tem é maneira de a rentabilizar sem ser com o dinheiro dos contribuintes. (ufa, que longa designação)
Hortense Santos recorde-se, que tem formação específica na área e uma experiencia de anos.
A Tríade teve uma epifania. Descobriram através de luz divina ou de socrática metempsicose que a estrada da Beira e a beira da estrada, são uma e a mesma coisa, os outros, todos os outros é que são estúpidos, ou cegos, ou mal intencionados, em suma um obstáculo ao progresso, uns Xatos.
Só mais umas coisitas de somenos. Onde está o projecto museológico do Made? Ou será Madness?
Onde estão taxativos, preto no branco os declarados apoios institucionais?
Onde está a decência? A transparência?
Até agora tudo o que vimos foi circo e do mau.
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