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O Sidónio de Boliqueime


O nosso abnegado líder que enquanto primeiro-ministro malbaratou os fundos comunitários de apoio, instituiu e distribuiu sinecuras pelos seus homens de mão, nunca concretizou as suas agora propaladas "preocupações sociais," vem agora, (bom discípulo de Frei Tomás) afirmar-se como o salvador da pátria.
O presidente que viveu o primeiro mandato a desviar-se das gotas da chuva, que sempre apoiou as medidas restritivas deste governo, vem  feito pavão, de peito inchado e a arrastar a asa, afirmar que é ele e não outro o graal da nossa redenção. Fala dos mais desfavorecidos - ele que até poupa nos outdoors e que não vai receber a prendinha de natal costumeira para dar exemplo de poupança - como se fosse o seu paladino. Fala de coragem  ele que se considerava e a todos nós consigo, óptimo aluno dos ensinamentos ultra-liberais que tomaram de assalto a Europa e nos mergulharam nesta crise de contornos medievais.
O homem que teve Sousa Lara no seu executivo, afirma-se rodeado de intelectuais e artistas de redondos gerúndios  que ao observá-lo na sua primitiva nudez se sentem mais anchos que o chefe.
Aníbal Sidónio, pequenino e convencido, meteu na cabeça que o país é dele e passeia as suas banalidades como um monarca de opereta fazendo campanha quando não deve, esquecendo que é presidente porque não sabe.
Mas nem o país é seu, nem os portugueses são um espelho da sua pesporrencia.
Ele é o presidente que nada fez, embora afirme o contrário, é o ditadorzinho que agora surge com o neo conceito da magistratura activa, para encapotar a sua tentação de interferir numa área que não é a sua.  Mas foi ele que fugiu do governo, como o diabo foge da cruz, quando se revelou o caos da sua governação, quando tomou consciência que os portugueses lhe iam finalmente pedir contas?
Corajoso?
Eu diria antes persistente na sua cobardia. O candidato que é incapaz de dialogar, não porque não queira o diálogo, apenas porque só conhece o monólogo dos surdos que fazem da  ignorância cátedra, que se vangloriam de ser a sua ausência de perspectivas um tabu.
É doloroso pensar que corremos o risco de levar com um homem assim por mais um quinquénio.

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