A mobilização de ontem, não passou apenas pelos grevistas, passou pelos precários, pelos desempregados, por muitos reformados e pensionistas. Quando o governo lança números de adesão da ordem dos 26%, mostra apenas o quanto está desligado da realidade.
Caminhamos para o abismo, para os braços do FMI, como se isso fosse uma inevitabilidade ou como se a solução passasse por aí.
Se observarmos as medidas impostas à Irlanda e a subsequente reacção dos “mercados,” com uma subida meteórica das taxas de juro, se atentarmos nos sinais que apontam em uníssono sermos nós as próximas vítimas e olharmos para a subserviência do governo da república e do presidente candidato, percebemos que se a greve serviu para alguma coisa, foi para provar que chegou a hora de passar para outras formas de luta, mais drásticas, mais difíceis, mais dolorosas para todos. Teremos de derrubar esta armadura neo-liberal (fascista) que nos amarra o futuro, que nos força um caminho que não escolhemos.
Chegou a altura de admitirmos que a solução deste problema extravasa as nossas fronteiras, que só uma acção concertada dos trabalhadores da UE pode pôr cobro a esta ofensiva do capital financeiro especulativo que leva as economias europeias a ruírem como um baralho de cartas.
A próxima paralisação tem de ser europeia, já o deveríamos ter feito quando atacaram a Grécia, deveríamos tê-lo feito agora que destruíram a Irlanda, teremos de o fazer sem demora porque a lista só acabará em Berlim com a chanceler e Sarkozy de braço estendido com a palma da mão virada para baixo a amargunçar-nos.
Temos de o fazer antes que seja tarde demais.
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