O Capital Financeiro, sem rosto, tomou conta do poder.
Não lhes interessam culturas, as pessoas para eles não contam.
Aqueles em que seria suposto confiarmos; os que mandatamos através de eleições para gerir os nossos interesses enquanto Estados… traíram-nos. Pior ainda, não passam de testas de ferro dos grandes especuladores.
Rodam no poder político; poder aparente, para depois ocuparem lugares de destaque em empresas, que essas sim, são verdadeiras cidades-estado, as verdadeiras detentoras do poder.
Já não existe patronato; existe uma oligarquia à escala mundial. Difusa, sem rosto, com grande mobilidade, que se expressa através de empresas que aparecem e desaparecem consoante a sua utilidade.
Para esta Oligarquia sem valores tudo é descartável, tudo à excepção do lucro, em pirâmide, como se de uma dança de cadeiras se tratasse.
Nós fazemos parte desse jogo.
Inventam-se guerras e atentados, acena-se com misérias e holocaustos; mas na realidade tudo isso é fictício, tudo faz parte do jogo, tudo é encenado.
O paradigma neo-liberal é esta realidade virtual.
A nossa realidade é outra e não passa por aí.
A nossa realidade é simplesmente o direito que temos enquanto sociedade à protecção individual e colectiva.
A nossa realidade é a possibilidade de nos expressarmos livremente, de forma individual e colectiva.
A nossa realidade é a garantia de podermos cumprir em liberdade os nossos desígnios colectivos e enquanto pessoas.
Vivemos num espaço ficcionado, como hologramas, sem essência, sem valores próprios, descarnados da nossa condição de homens e mulheres livres.
Enquanto isso num Olimpo qualquer os oligarcas divertem-se com os seus jogos de poder, com as suas birras de nababos.
Na verdade vivemos num imenso campo de concentração. Só que em vez de arame-farpado, somos confinados pela cegueira que o medo encerra.
A dívida não existe. Se alguém deve não somos nós.
Seremos quando muito os credores.
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